sexta-feira, 24 de junho de 2016

A Vida Secreta do Autor

      Há pouco menos de um mês lancei meu primeiro livro Eu, Poeta: O Lúdico, A Revolta e A Estrada. Um livro de poemas. Nele é possível encontrar meus escritos de adolescentes até os escritos em 2013.
       Lançar um livro é intenso. Tudo é muito rápido. A pressão é muito grande, afinal você está deixando algo para a posteridade. Porém, nada disso vai importar para um certo grupo de pessoas.
       Na minha humilde opinião, existem dois tipos de leitores: aqueles que gostam de mergulhar no mundo das palavras e desvendar novas paisagens, e aqueles que ficam querendo desvendar o que pensava o autor no momento da criação.
        É justamente com este segundo grupo que tenho me divertido ultimamente. Muito provavelmente eles não conhecem ou não se lembram das palavras de Fernando Pessoa: "O poeta é um fingidor/ Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente". Sendo assim, me descubro, no espanto desses leitores, como tendo uma vida muito mais fantástica do que de fato tenho. Amores bombásticos, viagens insólitas, experiências miraculosas. Tive casos "calientes" com um tal de Salvador e com um cabo, presenciei e lutei guerras, tive casos com donzelas!...
         Peraí....nesse poema você está conversando com uma moça?!?! E nesse outro, é impressão minha, erro da gráfica ou você está se tratando no masculino? Para quem você escreveu o poema tal? E aquele outro?
         Essa curiosidade toda me diverte. Eu sou eu, sou ela, sou ele, sou nós, a doida varrida, o filósofo sério, a musa, a vítima, o algoz. Sou criador e criatura, só não sei em qual medida. Eu sou poeta fingidor!

2 comentários:

  1. Você escreve bem, Ju! Gosto do seu jeito espontâneo de brincar com as palavras. Parabéns!

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  2. Obrigada, Celina! Espero aprender muito com você!

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