quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Educação - Passe Adiante!


           Eu adoro fim de ano, adoro Natal. Pode falar que a comemoração do Natal é americanizada e capitalista. Não estou nem aí. Diga-se de passagem meus primeiros natais foram americanos. Mas isso é outra história. Adoro a decoração, adoro o tempo de chuva, gosto das músicas, das comidas, de preparar alguma coisa para a chegada dos meus irmãos, de reunir a família na cozinha e rir dos casos de sustos engraçados, de situações que cada um passou, ficar meio ressabiada com os casos estranhos ou de fantasmas. Gosto de achar presentes não mecessariamente caros (até porque não tenho verba para isso), mas que eu acredite que a pessoa vá gostar.


Gosto de bordar botinhas de natal e dar de presente. De preferência para amigos que têm crianças. Gosto de ouvir depois sobre a reação das crianças. Adoro Natal e o Reveillon por extensão!
              No entanto, é justamente nessa época de fim de ano, que uma das coisas que mais me irrita fica mais evidente: a falta de educação. Eu sei que todo estudante está estressado por causa das provas finais, todas as donas de casa estão estressadas porque têm de preparar tudo para receber a família ou para viajar, todos os trabalhadores estão estressados porque têm de planejar o fim de ano e o chefe ainda não disse se ele/ela vai folgar no Natal ou no Ano Novo.
              É aí que tá! Se todo mundo sabe que todo mundo está estressado a educação e civilidade deveriam ser maiores para evitar dor de cabeça. Mas nããããããããããoooo. Tem que furar fila, ultrapassar pelo lado errado, tem de buzinar antes de completar um segundo que o sinal abril, tem de estacionar em lugar errado bloqueando a passagem no estacionamento do supermercado ou da porta da garagem, tem de mandar derrubar a bolsa da doninha para distraí-la para se conseguir pegar o último peru que ela estava quase pegando....
           A lista é imensa e espantosa. O pior de tudo é que a falta de educação existe o ano inteiro. Falta de educação, de cidadania, de civilidade. A coisa é tão feia que já perdi a conta das vezes em que pessoas me olharam com olhos arregalados depois de eu ter feito algo como dar a preferência para um idoso na fila, ou dar bom dia. Lembro de uma vez que fui num supermercado lá pelas 10 horas da manhã e respondi a um bom dia da moça do caixa. Ela olhou espantada e disse que eu era a primeira a responder o bom dia dela, só não sei se ela se referia naquele dia ou desde que começou a trabalhar lá. É triste.
           O pior é que eu acredito que má educação chama mais má educação. Pensa bem, você está estressado, um infeliz que também está estressado te fecha no trânsito e ainda por cima te xinga. Você chega no supermercado mais estressado e acaba sendo rude com a moça do caixa que fica estressada e acaba tratando mal outro cliente ou o empacotador e assim a coisa vai espalhando.
           Por isso, antes do fim de ano começar a esquentar muito, gostaria de deixar uma campanha pela educação. Acima de tudo em momentos de estress. Quem sabe, boa educação também chama boa educação? Sei que é difícil e que a gente esquece às vezes. Mas, se todo mundo praticar sempre que lembrar já vai ajudar muito. Educação - passe adiante!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Chiavenato Nada! É SuperNanny!

           Quem já estudou alguma coisa relacionada a administração com certeza já ouviu falar de Idalberto Chiavenato, principalmente quem fez alguma disciplina de gestão de pessoas. Eu mesma tenho dois livros dele. Ambos da área de RH. Nesses livros, é possível achar entre outras coisas, vários estudos e técnicas sobre motivação e liderança. Muito bons, muito úteis.
            No entanto, outro dia, assistindo o programa Supernanny no GNT, reparei como RH tem muito de psicologia infantil. Os pais têm de aprender a ser líderes que motivam seus filhos a fazerem o que é melhor para eles mesmos e para a empresa, digo, família. Não é fácil. Por exemplo,  muitos pais tem o péssimo hábito de "bater e soprar" o que envia sinais truncados aos subalternos, digo, pimpolhos.
            Vendo o programa pude reparar que muitos gestores têm problemas muito semelhantes aos dos pais, como não saber a diferença de impor limites e de estapear o cocuruto do moleque, digo, funcionário, digo....ah! nem sei mais!
              Fiquei pensando como as técnicas da Supernanny Jo Frost poderiam ser aplicadas com funcionários, clientes (sim, muitas vezes clientes precisam ser educados), namorados (as), etc e tal.
              Eis que num belo dia na empresa, chega a Dona Mary Poppins! Ela se depara com os funcionários que se recusam a usar os EPI´s e vivem enganando na limpeza. Ela dá aquele olhar de reprovação e começa a cantar "A Spoonful of Sugar" e todos os funcionários começam a trabalhar sorridentes e cantarolantes.
             Mas, o Silveirinha se recusa a fazer as tarefas mesmo assim. Bronqueia e ameaça a chamar o sindicato. Num dá outra: Dona Mary Poppins coloca ele direto no time out. Não sem antes instruir o gerente para falar com o Silverinha pensar no que ele fez. Passado o tempo, o gerente acompanhado de Dona Mary Poppins pergunta ao Silverinha se ele sabe o motivo do castigo. Silverinha,  com os olhos baixos, resmunga que ele não tinha sido um bom funcionário. Pede desculpas fazendo beicinho. O gerente e Silverinha se abraçam com olhos lacrimejantes. E esse foi mais um trabalho bem feito da liga das Supernanys!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cada Um Com Seu Idioma!

            Eu acredito sinceramente que a base da maioria das tramas de peças teatrais, filmes, seriados, novelas e afins está nos ruídos e/ou lapsos de comunicação. Repara para você ver. Aposto que a saga do Harry Potter não chegaria nem a metade se ele falasse mais com o Dumbledore e vice-versa. Orgulho e Preconceito não existiria, o mesmo posso dizer de Muito Barulho Por Nada. Nas novelas então, nem se fala.
           O mais interessante disso tudo é que os ruídos acontecem numa comunicação estabelecida entre pessoas falantes do mesmo idioma. Ao menos em tese. Isso porque é o mesmo idioma, mas sub dialetos diferentes. Eu poderia cair mais fundo no cliché e falar o quanto isso enriquece a língua, mas isso não me interessa muito. Prefiro falar das reações das pessoas diante de um choque de sub dialetos. Como minha mãe que ficou horrorizada quando soube por um rapaz muito bom, mas falante de sub dialeto diferente, que uma determinada rua da cidade tinha sido toda "assaltada". A sorte foi ela ter ficado calada até ele ter explicado que com a rua "assaltada" (asfaltada) não tinha mais buracos. Imagine o que ele iria pensar de minha mãe se ela se manifestasse contra o fato da rua não ter mais buracos?
            E se alguém perguntasse a você se já comeu "oponobis" ( ora-pro-nóbis), se já andou na "combida" (Combi), ou fez compras no "chopi" (shopping)? Você já ouviu dizer que determinado desodorante é ótimo porque com ele você não soa nem fode? Ao menos nesses casos, você pode se guiar pela fonética e pelos contextos e contornar a situação.
           No entanto, quando há um choque de sub dialetos em que as regras do idioma de cada um é diferente a coisa complica. Por exemplo quando conheci um cara que tinha mania de "des". Ele dizia coisas como "a importância de se desvalorizar os funcionários da empresa" ou "a gente tem de se despreocupar em se desatualizar". O indivíduo sempre metia um "des" ao falar no infinitivo. Custei a perceber que ele não era um sacana. Já pensou esse cara numa situação delicada como dando um depoimento para a polícia? "Pode perguntar para a minha esposa seu delegado. Garanto que ela vai desmentir tudo". Aí´, só rezando para o delegado falar a mesma língua.