segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Livre Arbítrio e a Culpa

           Sim. Nós temos direito divíno ao livre arbítrio. Pelo menos, assim está na Bíblia. Podemos escolher fazer o que bem entendermos com as nossas vidas. Quero dizer....em tese.
           Se você é um indivíduo(a) mínimamente de bem, a culpa vai te pegar. E sinta-se grato caso você seja só uma pessoa de bem sem vínculos religiosos. Porque se for uma pessoa de bem e religiosa, o peso da culpa é ao quadrado (ou ao cubo, dependendo do peso que você atribui às chantagens emocionais de familiares também religiosos).
            O lance do livre arbítrio não é bem escolher o que se quer fazer. Na verdade é escolher a culpa que se quer carregar. Quanto menos culpa você suporta, mais certinho você tende a ser. Mas quero lembrar que isso só se aplica aos mínimamente corretos. Para os espíritos livres, ao invés da culpa, o algoz pode ser uma ressaca brava ( alcóolica mesmo. Não moral), uma intoxicação alimentar, quem sabe um pé quebrado ou uma tatuagem com o nome "Nadir" que você não sabe quem é e muito menos de que sexo seja.
             Na verdade, a culpa funciona, mais ou menos, como um regulador do livre arbítrio. Assim, apesar de ter a liberdade para escolher, a culpa faz a balança pender um pouquinho para o bom mocismo. A culpa é como um lobbista das boas ações. Sabe aqueles desenhos em que tem o anjinho e o diabinho? Pois é, o anjinho se chama Culpa. O diabinho eu não sei, mas é amigo do(a) Nadir.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O Mergulho na Calçada e a Valorização do Braço Esquerdo

           E eis que estava eu, toda lalarilante voltando da minha caminhada diária, quando meu pé virou. Me torci de revesguede, meio que catando cavaco. Tendei segurar em alguma coisa, mas não tinha nada a que eu pudesse me agarrar nesse momento de pré-vexame. Não teve jeito. Resolvi abraçar o momento e mergulhar na calçada no maior estilo César Cielo!
            Vou dizer uma coisa: uma barrigada na piscina dói bem menos. Me levantei devagar. Estava preocupada com minha coluna (cultivo uma hérnia de disco com muito amor e carinho já há alguns anos). Movimentei o tronco bem de leve, tentando ver se a coluna ainda existia. Sem problemas! Só a palma das minhas mãos e os joelhos que estavam ardendo um bocado.
            Acabou que o vexame foi discreto, a rua estava praticamente deserta e eu estava de óculos escuros o que ajudou a esconder as poucas lágrimas de raiva-humilhação-dor-vergonha. Fui para casa fazendo cara de paisagem. Como se o estado empoeirado da minha roupa, o joelho ralado e o cabelo desgrenhado fossem a última moda em Paris.
              Assim que o corpo esfriou, pude notar que não conseguia levantar o braço esquerdo e minhas costelas estavam doendo. Resumindo: fui no médico e descobri, para meu alívio, que as costelinhas estavam bem. No entanto, o médico me proibiu de mover o braço esquerdo. Pensei aliviada "Que bom que é o esquerdo". Achei que sendo destra, não ia ter problemas. Tss, tss, tss. Ledo engano.
              Nesses últimos dois dias, tenho descoberto que o braço direito não está com essa bola toda não. Mas não é só isso. Estou achando muito interessante essa nova perspectiva. As pequenas rotinas diárias adquiriram um tom de problemas de lógica. Como vestir ou tirar a roupa? Como cortar a carninha? Como cuidar dos cabelos? Como lavar a louça? arrumar a cama? Tudo agora exige "uma nova técnica".
             Estou descobrindo com isso tudo a utilidade do braço esquerdo. A maior parte dos movimentamos com o corpo que fazemos é tão mecânica que não percebemos a utilidade das partes. Mais do que isso, não percebemos COMO fazemos as coisas. A questão para mim não é o cliché de dar valor quando não se tem mais. A adaptação é um processo muito interessante! Lógico que muito provavelmente eu só penso assim porque meu estado é momentâneo. Acho que o que realmente quero dizer é: "Valeu braço esquerdo!"

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ele Não Morde!

  Estou tentando fazer caminhadas todos os dias, mas está ficando difícil. Tenho um problema sério com cachorros. Tenho medo. Até penso em arrumar um algum dia para ver se isso passa. No entanto, não acredito que vá mudar minha postura quanto a cachorros em locais públicos.   
        Para falar a verdade, a minha birra mesmo não é tanto com cachorros de rua. A maioria deles não anda perto da gente e se espanta fácil. Minha birra maior são com os DONOS de cachorros e o comportamento deles em locais públicos. Principalmente as madames e seus poodles. Esses eu não sei em quem tenho mais vontade de (piiiiiiiii)!
           O problema todo é que eu (e tenho certeza que muitas outras pessoas) quando vou fazer caminhada, geralmente gosto de andar mais depressa e não gosto de parar durante o percurso. E eis que aparecem madames fazendo caminhada com os "filhinhos" poodles. Para piorar a situação elas fazem questão de soltar o infeliz da coleira. Resultado: ele fica zanzando no meio das pernas de todo mundo que passa. Acho que para quem não tem medo já deve ser um porre ter de diminuir o passo da caminhada por causa do cachorro alheio. Para mim que tenho medo então, nem se fala! Ainda por cima tenho de escutar a madame dizendo com a voz mais enjoada "Ele não moooorde!". E ai de mim se sem querer pisar na criatura enquanto tento manter o passo. Viro mais bandida que a Cruela Cruel!
         Amantes de cães que me perdoem, mas nessas horas, tenho vontade de (piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii)          Outra categoria de donos de cachorro que não suporto são os marombeiros donos de cachorros tão bombados quanto. Eles se acham enquanto passeiam com seus brutamontes. Gostam de ver as pessoas com medo e esperam o cachorro estar quase em cima de você para puxar a coleira.
           Sonho com o dia em que vou ver um poodle rosa e sua madame serem atacados por um rottweiler. Fico imaginando a polícia chegando e encontrando a cena: a madame com com o poodle desbotado e sem rabo, batendo no lutador de jiu jitsu que não sente nada. Ele está de costas para a doninha porque está socorrendo o "maguilinha" que ficou intoxicado com a tinta usada no pelo do poodle que ele mordeu.
           O negócio é o seguinte: quer ter cachorro, então tenha quantos quiser. Mas em local público, cachorro tem de ser na coleira. E pelo amor de Deus, recolham as caquinhas!